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Brasil registra aumento de 95% nos ciberataques no terceiro trimestre de 2024

Karina Pinto

Imagem gerada por IA: ciberataque

Pesquisadores da Check Point Research apontam que, em média, as organizações no Brasil foram atacadas 2.766 vezes semanalmente, um crescimento expressivo em comparação com o terceiro trimestre de 2023, quando foram registrados 747 ataques semanais por organização.


Os ataques cibernéticos estão se tornando mais frequentes, insistentes e sofisticados. Além do Brasil, esse aumento foi observado globalmente, com uma alta de 75% nos ciberataques no terceiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado, atingindo um recorde de 1.876 ataques semanais por organização, segundo o relatório da Check Point Research.


A cientista da computação Michele Nogueira, PhD pela Universidade de Sorbonne, na França, explica que o uso da Inteligência Artificial (IA) pelos criminosos é uma das principais causas desse aumento, pois permite automatizar e sofisticar os ataques, tornando-os mais difíceis de detectar e combater. "A IA permite que criminosos explorem vulnerabilidades de sistemas em uma escala e rapidez sem precedentes, exigindo das empresas uma resposta igualmente ágil e sofisticada", alerta Nogueira. 


O levantamento "Perfil do E-Commerce Brasileiro", da BigDataCorp, mostra que o setor de e-commerce no Brasil ultrapassou a marca de 1,9 milhão de lojas virtuais em 2023. Com o aumento das lojas on-line, cresceram também os ataques DDoS, que tiveram alta de 106% no volume, podendo custar até R$ 33 mil por minuto para as empresas afetadas.


Segundo o estudo, 73,5% dos e-commerces são familiares, e 86% possuem menos de 10 funcionários, o que torna as pequenas e médias empresas (PMEs) especialmente vulneráveis. Para Michele Nogueira, há estratégias eficazes para essas empresas aumentarem sua segurança. "A conscientização é a primeira linha de defesa. Treinamentos frequentes de cibersegurança, focados em ameaças como phishing, senhas fracas e uso seguro de dispositivos, são essenciais", afirma ela, sugerindo também simulações de ataques de phishing para preparar os funcionários.


Investir em soluções de segurança que utilizam IA é igualmente importante para detectar e responder a ameaças em tempo real. Ferramentas como antivírus, firewalls e sistemas de monitoramento de rede podem identificar padrões anômalos e alertar sobre possíveis incidentes. "A criptografia de dados sensíveis e backups regulares são medidas essenciais para garantir que informações valiosas estejam protegidas e possam ser rapidamente recuperadas em caso de um ataque", reforça a cientista.


Além disso, um plano de resposta a incidentes é fundamental para que as empresas saibam como agir em caso de violação. "Simulações regulares garantem que todos os funcionários entendam o que fazer diante de um incidente de segurança", orienta Nogueira, recomendando que as PMEs considerem também a contratação de seguros específicos para cibersegurança para mitigar custos e danos à reputação.


"Com essas práticas, pequenas e médias empresas podem aumentar significativamente sua resiliência contra ameaças cibernéticas, especialmente as que envolvem IA, tornando-se mais capazes de enfrentar desafios de segurança, mesmo com recursos limitados", finaliza Michele Nogueira.


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