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Um Congresso esquecido de suas responsabilidades

  • Foto do escritor: Karina Pinto
    Karina Pinto
  • 3 de set.
  • 2 min de leitura
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O Supremo Tribunal Federal iniciou nesta semana o julgamento do núcleo acusado de orquestrar os atos golpistas de 8 de janeiro. No centro da análise estão tentativas claras de romper a ordem democrática e atacar as instituições do país. Enquanto o STF cumpre seu papel de investigar, responsabilizar e punir, o Congresso Nacional, por sua vez, insiste em se perder em prioridades invertidas.


Nos últimos meses, a Câmara e o Senado se tornaram palco de pressões, votações apressadas na madrugada e movimentos pouco transparentes para tentar proteger Jair Bolsonaro de um possível avanço da Justiça. A energia despendida para blindar um ex-presidente, investigado por graves ataques à democracia, acaba desviando o foco de pautas que dizem respeito à vida e à segurança dos brasileiros.


Um exemplo emblemático é a PEC da Adultização, que trata da proteção de crianças contra a sexualização precoce nas redes. O tema mobilizou a sociedade, gerou debates, denúncias e mostrou a urgência de medidas legislativas. Ainda assim, ficou em segundo plano, engavetado por um Parlamento ocupado demais com articulações que pouco ou nada têm a ver com o interesse coletivo.


Enquanto isso, a população acompanha atônita um Congresso que, ao invés de assumir seu papel histórico de liderança em momentos de crise, prefere ceder a pressões de bastidores, trocar favores e agir sob conveniência política. Trata-se de uma escolha perigosa: ao ignorar pautas estruturantes e ceder ao imediatismo, deputados e senadores corroem ainda mais a confiança da sociedade nas instituições.


É hora de encarar a realidade. O Brasil precisa de um Congresso comprometido com o futuro do país, não com a sobrevivência de projetos de poder individuais. A democracia exige vigilância — e os parlamentares precisam lembrar que seu mandato é uma delegação da população, não um salvo-conduto para abandonar responsabilidades.

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