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Plano para matar Lula, Alckmin e Moraes: o que isso pode significar para Bolsonaro?

Karina Pinto


A operação "Contragolpe", da Polícia Federal, revelou um plano orquestrado de golpe de Estado elaborado por um grupo de militares e outros envolvidos, com o objetivo de impedir a posse do governo eleito em 2022. O esquema incluía o assassinato do presidente Lula, do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro do STF Alexandre de Moraes.


Segundo as investigações, o plano, denominado "Punhal Verde e Amarelo", seria executado em dezembro de 2022. As ações envolviam técnicas militares avançadas, com monitoramento contínuo das autoridades-alvo. O objetivo era eliminar a chapa presidencial vencedora e neutralizar Moraes, permitindo a tomada do poder e a criação de um "Gabinete Institucional de Gestão de Crise" liderado pelos próprios conspiradores. O núcleo do plano teria conexões com figuras próximas ao governo Bolsonaro, incluindo reuniões realizadas na casa do general Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e candidato a vice na chapa do ex-presidente Bolsonaro.


A operação é parte das investigações da PF sobre atos golpistas e crimes contra o Estado Democrático de Direito, com diversas fases que já resultaram em dezenas de prisões e apreensões. Com a revelação do plano para executar, os holofotes se voltaram na direção do ex-presidente Jair Bolsonaro. 


Se as investigações da Polícia Federal confirmarem que o ex-presidente deu aval ou teve participação ativa no planejamento do golpe de Estado e nos crimes associados, ele pode enfrentar graves consequências no âmbito jurídico e político. Caso as evidências contra ele sejam robustas, a abertura de um processo criminal dependerá da Procuradoria-Geral da República (PGR), com supervisão do Supremo Tribunal Federal (STF). 


Como ex-presidente, Bolsonaro já não tem foro privilegiado, mas processos relacionados ao exercício do cargo podem continuar no STF. Além do desgaste de sua imagem, um processo desse porte pode consolidar sua base mais radical, mas também afastar apoiadores moderados, enfraquecendo sua relevância política. A resposta judicial dependerá das provas apresentadas e do entendimento jurídico sobre a gravidade de sua suposta participação no plano. 

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