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O julgamento de Bolsonaro e o teste da democracia

  • Foto do escritor: Karina Pinto
    Karina Pinto
  • 1 de set.
  • 2 min de leitura
Jair Bolsonaro – ex-presidente, Alexandre Ramagem - ex-diretor da Abin, Almir Garnier- ex-comandante da Marinha, Anderson Torres - ex-ministro da Justiça, Augusto Heleno - ex-ministro do Gabinete, Paulo Sérgio Nogueira - ex-ministro, Walter Braga Netto - ex-ministro, Mauro Cid – ex-ajudante de ordens.
Jair Bolsonaro – ex-presidente, Alexandre Ramagem - ex-diretor da Abin, Almir Garnier- ex-comandante da Marinha, Anderson Torres - ex-ministro da Justiça, Augusto Heleno - ex-ministro do Gabinete, Paulo Sérgio Nogueira - ex-ministro, Walter Braga Netto - ex-ministro, Mauro Cid – ex-ajudante de ordens.

O Supremo Tribunal Federal inicia nesta terça-feira (2) o julgamento do chamado “núcleo duro” dos ataques de 8 de janeiro, grupo que inclui o ex-presidente Jair Bolsonaro. Será a primeira vez, desde a redemocratização, que um ex-chefe de Estado brasileiro responde por tentativa de golpe. Trata-se, portanto, de um processo que ultrapassa o aspecto jurídico e entra definitivamente para a história política do país.


O Brasil chega a este momento com feridas abertas. Os atos de 8 de janeiro não foram um “descontrole de manifestantes”, mas sim uma ação coordenada que buscava impedir a posse de um presidente legitimamente eleito. Ao julgar Bolsonaro e seus aliados mais próximos, o STF não apenas responde a crimes específicos, mas também testa os limites da democracia brasileira diante de investidas autoritárias.


O tribunal tem a missão de conduzir o caso com rigor técnico e transparência, garantindo aos réus o devido processo legal. Mas não há como ignorar o simbolismo: absolver ou condenar Bolsonaro influenciará diretamente a percepção da sociedade sobre a resiliência de nossas instituições. Se o STF se mostrar firme, reafirma-se a lição de que a Constituição está acima da vontade de indivíduos. Se vacilar, abre-se espaço para que novas ameaças à ordem democrática floresçam.


Há quem tente reduzir o julgamento a uma perseguição política. Esse discurso, no entanto, não se sustenta diante das provas reunidas e da gravidade das acusações. O país precisa superar a lógica de impunidade que historicamente protegeu autoridades em crimes contra a ordem democrática.


Independentemente do resultado, o julgamento já se impõe como divisor de águas. Ele obrigará a sociedade brasileira a olhar para si mesma e decidir: aceitaremos a tentativa de ruptura institucional como mais um episódio a ser esquecido, ou consolidaremos, com justiça, a ideia de que nenhum líder, por mais poderoso, está acima da lei?


O futuro da democracia brasileira passa pelo plenário do STF nesta semana. E a história cobrará a resposta.

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