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Escola: quando o prédio público mais importante do país não é um lugar seguro

  • Foto do escritor: Karina Pinto
    Karina Pinto
  • 29 de set.
  • 2 min de leitura
Policiais investigam ataque à tiros na Escola Estadual Luiz Felipe, em Sobral, no Ceará. Foto: reprodução
Policiais investigam ataque à tiros na Escola Estadual Luiz Felipe, em Sobral, no Ceará. Foto: reprodução

O ataque a tiros em uma escola do Ceará reacende uma pergunta incômoda: por que espaços que abrigam nossas crianças e adolescentes não contam com a mesma proteção que prédios públicos como o Congresso Nacional, o Ministério Público ou os tribunais?


Enquanto estudantes estavam no pátio, do lado de fora os atiradores observavam tudo. Com ampla visibilidade, executaram a ação criminosa que matou dois jovens e deixou outros três feridos. Segundo a polícia, o caso teria relação com a disputa de facções rivais e o tráfico dentro da escola, já que com uma das vítimas foi encontrado uma porção de entorpecentes.


Os portões não impediram a entrada de drogas, e os muros não barraram os disparos. O mais chocante, além da violência em si, é que o país ainda não esqueceu os ataques de 2022 e 2023, mas até agora nossas escolas seguem sem protocolos reais de segurança.


A sociedade brasileira reconhece, em tese, que nada é mais precioso do que a vida de seus filhos. Na prática, porém, investe mais em proteger instituições políticas do que salas de aula. Em muitos municípios, é comum ver prédios imponentes como prefeituras, fóruns e sedes do Ministério Público, enquanto delegacias caem aos pedaços e escolas funcionam com infraestrutura mínima.


Essa cena revela uma contradição cruel: as casas dos cidadãos e as escolas de seus filhos são precárias, mas as chamadas “casas de leis” recebem ar-condicionado, internet de ponta e reformas milionárias. Em Brasília, a segurança é reforçada com barreiras, detectores de metal e presença policial ostensiva. Já milhares de escolas públicas seguem vulneráveis, com portões frágeis e sem protocolos básicos de prevenção.


Os números mostram que os ataques a escolas no Brasil deixaram de ser um ponto fora da curva. O que está em jogo não é apenas a integridade física de alunos e professores, mas a confiança no espaço escolar como ambiente de aprendizado e desenvolvimento humano. Se a escola é, de fato, o coração da sociedade, por que ainda tratamos sua segurança como um detalhe?

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