Defesa das florestas inspira documentário com brigadistas voluntários
Com o país literalmente em chamas, comunidades se mobilizam e contam com apoio de entidades não governamentais para combater o fogo.

Quem são os voluntários que combatem e previnem incêndios florestais no Brasil? Essa é a pergunta central do segundo vídeo institucional do projeto Voluntariado no MIF, uma iniciativa que apoia a estruturação da Estratégia Federal de Voluntariado no Manejo Integrado do Fogo, coordenada pelo Ministério do Meio Ambiente. O filme, lançado em 28 de agosto, Dia Nacional do Voluntariado, celebra o protagonismo de quem se dedica à proteção das florestas e à causa socioambiental.
Disponível no canal do IPÊ – Instituto de Pesquisas Ecológicas, o curta-metragem foi dirigido por Amilton Sá, cineasta e voluntário da Rede Contra Fogo. A obra traz não apenas os relatos dos brigadistas, mas também imagens de suas ações de combate a incêndios florestais, educação ambiental e recuperação de áreas degradadas em diversos biomas do Brasil.
Para Angela Pellin, coordenadora de projetos do IPÊ, o filme é uma oportunidade de conhecer os protagonistas dessas iniciativas. "Os relatos dos brigadistas são uma inspiração para todos nós, exemplificando boas práticas de voluntariado na conservação ambiental", ressalta.
Mapeamento e impacto do voluntariado no MIF
O projeto já identificou cerca de 200 brigadas voluntárias atuando no Brasil. Segundo um levantamento de 2023, essas brigadas estão distribuídas por 127 municípios, com destaque para cidades como Santarém (PA), Corumbá (MS), Ibicoara (BA), Campinas (SP) e Brasília (DF), que têm uma média de seis brigadas cada.
Santarém, na região do Baixo Tapajós, se destaca nacionalmente por integrar comunidades e poder público em um esforço conjunto de monitoramento e combate a incêndios, com um sistema de comunicação próprio que pode servir de exemplo para outras regiões.
Além das brigadas, o estudo identificou centenas de voluntários que atuam individualmente ou em grupos em áreas como prevenção de incêndios florestais, educação ambiental, pesquisa e recuperação de áreas degradadas. O perfil dos voluntários é diverso, incluindo indígenas, quilombolas, ribeirinhos, extrativistas e agricultores familiares, entre outros.
Mapeamento das áreas mais vulneráveis
O IPÊ também está desenvolvendo um levantamento detalhado sobre as áreas mais vulneráveis a incêndios florestais, com o objetivo de identificar onde há maior necessidade de proteção. Esses dados poderão servir de base para a criação de novas brigadas e o fortalecimento das já existentes, além de dar maior visibilidade ao trabalho dos voluntários.
O projeto é realizado pelo IPÊ, sob coordenação do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, com apoio da Coordenação de Manejo Integrado do Fogo (CMIF) do ICMBio, e do Prevfogo, do Ibama. O financiamento é da Cooperação Brasil-Alemanha para o Desenvolvimento Sustentável, por meio da GIZ.
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