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Violência contra a mulher explode no Brasil enquanto autoridades seguem caladas

  • Foto do escritor: Karina Pinto
    Karina Pinto
  • 29 de jul.
  • 2 min de leitura
Imagem: Reprodução redes sociais
Imagem: Reprodução redes sociais

As estatísticas da violência contra a mulher no Brasil continuam a crescer de forma alarmante, mesmo diante de leis criadas para proteger e dar voz às vítimas. Em 2024, o país registrou 1.492 feminicídios e mais de 87 mil estupros, segundo dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública. Ao mesmo tempo, 3.903 mulheres foram assassinadas, um aumento de 2,5% em relação ao ano anterior — mesmo com a criminalidade geral em queda.


Os números chocam, mas o cotidiano mostra que o problema é ainda mais profundo: a violência simbólica e institucional também ganha espaço, inclusive dentro do Congresso Nacional.


Na cena que ganhou repercussão no país, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, foi alvo de ataques misóginos durante audiência no Senado. O senador Plínio Valério afirmou que “a mulher merece respeito, a ministra não”. Já Marcos Rogério ordenou que Marina se “colocasse no seu lugar”. Marina rebateu: “Você queria uma mulher submissa. Eu não sou”.


O episódio, gravado e amplamente divulgado, não é isolado. Ele escancara uma realidade vivida por mulheres em cargos de poder no Brasil: a violência política de gênero. Apesar da sanção da Lei 14.192/2021, que trata justamente desse tipo de violência, o que se viu foi o silêncio cúmplice de colegas de plenário — inclusive de parlamentares mulheres que deveriam ser as primeiras a se posicionar.


Enquanto isso, nas ruas e nas casas, a violência física se intensifica. Nesta terça (29), o ex-jogador de basquete, Igor Pereira Cabral de 29 anos, foi preso em Natal (RN) após agredir a namorada com 60 socos. O caso viralizou após o vídeo gravado pela câmera do elevador registrar a cena brutal, e reflete o que os dados mostram: a cada dia, dezenas de mulheres são espancadas, perseguidas ou mortas por seus companheiros ou ex-companheiros.


A pergunta que fica é: de que servem as leis se as autoridades que as aprovam não as respeitam — ou pior, reproduzem a violência que deveriam combater? A violência contra a mulher no Brasil não é apenas uma tragédia social; é também um retrato cruel da omissão institucional.


A empatia e respeito, tão falados nos discursos, seguem ausentes quando mais importa. E o que poderia ser uma política pública de enfrentamento se perde em discursos vazios ou, pior, em ataques diretos contra aquelas que ousam ocupar espaços de poder com autonomia e firmeza.


O país precisa ir além das estatísticas e das notas de repúdio. É preciso responsabilizar, punir e, principalmente, calar os agressores — não as mulheres.

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