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Incêndios impactam percepção da população na região Norte sobre o país

Karina Pinto


Imagem: Acervo brigada IPÊ

A recente onda de incêndios que assola o país está afetando o ânimo dos brasileiros, especialmente na região Norte, onde o fogo está devastando recursos naturais inestimáveis. Essa é uma das conclusões da Pesquisa Bimestral RADAR FEBRABAN, que avalia a percepção e as expectativas da sociedade em relação à vida, à economia e às prioridades nacionais.


Quando perguntados se o Brasil estava em melhor situação do que no ano anterior, 38% dos moradores da região Norte disseram acreditar que o país melhorou. No entanto, esse número representa uma queda de 14 pontos percentuais em comparação com a pesquisa realizada em julho. Essa foi a maior redução entre todas as regiões do país. No Nordeste, houve uma queda de 12 pontos percentuais, no Sul de 7 pontos, e no Centro-Oeste de 5. A única região em que a percepção positiva cresceu foi o Sudeste, com um aumento de 6 pontos percentuais.


Na região Norte, 45% dos entrevistados afirmaram que o país está na mesma situação em relação ao ano passado, enquanto 16% disseram que o país piorou. Apenas 2% não souberam ou preferiram não responder.


Em âmbito nacional, 42% dos brasileiros acreditam que o país está melhor em comparação com 2023, uma queda de quatro pontos percentuais em relação à pesquisa de julho. A parcela dos que acham que o país está igual subiu para 32%, enquanto a percepção de piora aumentou para 25% (uma variação de dois pontos). Quando se analisa a percepção ao longo de 12 meses, o sentimento de melhora também mostra recuo.


Segundo a análise da pesquisa, o Brasil enfrenta “a pior seca dos últimos 70 anos, provocando ondas de calor, graves queimadas e uma intensa presença de fumaça em várias partes do país, o que tem afetado a saúde da população, os preços dos alimentos e a economia local”. Esse cenário de crise tem impacto direto no humor da sociedade e na maneira como os brasileiros enxergam as prioridades e o estado do país.


Apesar da preocupação com a situação nacional, o otimismo em relação à vida pessoal permanece elevado. No Norte, 70% dos entrevistados afirmam que esperam uma melhoria em suas vidas e nas de suas famílias até o final de 2024. Apenas 26% acreditam que a situação ficará igual ou pior.


“O que justifica esse aparente paradoxo entre a visão sobre o país e o otimismo quanto à vida pessoal? A percepção do Brasil foi afetada pela tragédia natural – a seca severa e as queimadas –, enquanto a economia, com o desemprego baixo e o PIB em crescimento, gera uma visão mais positiva na dimensão pessoal,” analisa o sociólogo e cientista político Antônio Lavareda, presidente do Conselho Científico do IPESPE.


A pesquisa foi realizada entre 9 e 15 de setembro, com 2 mil entrevistados em todas as regiões do país, pelo Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (IPESPE). A edição mapeia diferentes aspectos que afetam a economia, como o endividamento, o uso do Pix e o crédito consignado, além de questões mais amplas como percepções sobre o país.


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