Criança mata animais em abrigo veterinário: caso reacende discussões sobre saúde mental infantil

Uma criança de 9 anos invadiu a fazendinha de um hospital veterinário e matou 23 animais de pequeno porte, na noite de domingo (13) em Nova Fátima, Paraná. A fazendinha havia sido recém-inaugurada em comemoração ao Dia da Criança. O menino, vizinho do centro veterinário, estava acompanhado de um cachorrinho e passou cerca de 40 minutos no local.
Esse caso chocante exige múltiplas reflexões. Sob a perspectiva dos direitos humanos, o comportamento do menino pode apontar questões relacionadas à saúde mental infantil, traumas ou negligência social, sugerindo uma necessidade de intervenção baseada em reabilitação, não punição. Por outro lado, do ponto de vista dos direitos dos animais, a crueldade envolvida reforça a urgência de políticas de prevenção à violência contra animais.
Inicialmente, os responsáveis pelo hospital acreditavam que os animais tinham sido atacados por um cachorro feroz, mas as imagens de câmeras de vigilância revelaram o que realmente aconteceu, chocando os veterinários e a comunidade local. O episódio desencadeou debates nas redes sociais sobre responsabilidade e educação em casos envolvendo menores de idade.
No Brasil, menores de 18 anos são inimputáveis, ou seja, não respondem criminalmente por atos de violência, seja contra pessoas ou animais. O menino, que mora com a avó e não tem histórico de violência, não está sendo tratado como investigado. No entanto, o caso reacendeu discussões sobre o acesso precário a atendimento psicológico em áreas distantes dos grandes centros urbanos.
Internacionalmente, casos de psicopatia infantil são tratados de forma diferenciada. Nos Estados Unidos, crianças podem ser submetidas a tratamento psiquiátrico intensivo, enquanto no Reino Unido e na Noruega há um foco em intervenções precoces e reabilitação. No Japão, casos graves podem resultar em internação psiquiátrica, com forte ênfase no envolvimento familiar.
O caso em Nova Fátima ressalta a importância de um sistema de saúde mental fortalecido no Brasil, inspirado por abordagens preventivas e reabilitadoras observadas internacionalmente, para proteger tanto a criança quanto a sociedade.
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